18:07

Eu sei, eu sei que é a quarta vez que te escrevo hoje, mas na verdade a vontade ainda não evaporou e eu continuo com o computador nas pernas, sentada no alpendre da casa onde os avós viveram. Ontem demorei imenso tempo a adormecer e fui observar a ‘nossa’ lua, não sei se também a tens visto, mas estava tão linda, olha, quase tão linda como quando estávamos juntos a observá-la. No início observava-a todos os dias depois de teres partido, mas achei que me fazia pior se apenas a visse quando o meu coração precisa-se. Oh, eu chorava de todas as vezes que a observava, pedia-lhe sempre o mesmo, que o destino nos juntasse de novo.

Sempre que os nossos amigos comuns me vêm perguntam como estou em relação à tua partida, e não imaginas como eu fico, mas, afinal sou mais forte do que sempre pensei e esboço apenas um sorriso. Ser forte é isso, não é? Mesmo que tenhamos vontade de chorar mostra-mos um sorriso?  Sim, eu acho que é, mas magoa mais, ficamos ainda com mais vontade de chorar, porque estamos sempre a guardar as coisas para nós.

Tenho saudades tuas. Principalmente saudades do melhor amigo que eras, do apoio e da proteção que me davas.  Só te peço para que nunca te percas de mim…!

Paula

(inventado)